A FILOSOFIA DAS COMUNIDADES TERAPÊUTICAS: PERCEPÇÕES DE USUÁRIOS DO SERVIÇO

Luiz Roberto Marquezi Ferro, Aislan José de Oliveira

Resumo


O mundo da drogadição parece cada dia mais se expandir, tornando-se um problema de saúde pública. Este trabalho aborda a problemática do universo do drogadicto, seus anseios, medos, motivos pelos quais o levaram ao consumo de drogas, e também a esperança para os adictos de se tratarem, ou recuperarem, em organizações chamadas de Comunidades Terapêuticas. Essas comunidades são edificadas por um tripé de sustentação, para a organização diária da instituição e da recuperação do adicto, que é a oração, o trabalho e a disciplina. As três, digamos, motivações, das comunidades Terapêuticas parecem ser uma fórmula comum e eficaz na recuperação de homens e mulheres que se perderam no consumo das drogas ilícitas. As famílias dos pacientes dessas comunidades são acompanhadas também enquanto se encontram do lado de fora da instituição, em nosso caso esse acompanhamento de dá por uma organização internacional chamada “Amor Exigente”. O amor exigente são grupos que se reúnem para partilharem a vida e os sofrimentos do cotidiano diante do mundo das drogas. Trabalham com um método muito próximo de terapia de grupo, onde todos são solidários com todos. O trabalho é uma pesquisa qualitativa que foi realizada por entrevista semi-estruturada com 08 internos acima de 21 anos da comunidade terapêutica chamada “Fazenda São Sebastião”, e que tiveram as informações confrontadas para a construção dos dados. Trata-se de um assunto atual e que ainda precisa ser compreendido por toda a sociedade, a fim de vencer preconceitos e rótulos e compreender que o ser humano não é o seu limite, mas aquilo que o constitui enquanto essencial.

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