AUTOFICÇÃO EM VIDA QUERIDA, DE ALICE MUNRO

Leila Cristina de Melo Darin

Resumo


Estudos sobre a autoficção, conceito postulado por Doubrovsky, têm conduzido a considerações críticas cada vez mais instigantes sobre a tênue demarcação das fronteiras entre ficção e autobiografia e sobre a construção de narrativas literárias. O presente artigo tem por objetivo discutir essa temática com base na proposta explicitada pela escritora canadense Alice Munro, de incluir quatro histórias autobiográficas na coletânea de contos Vida Querida (2013). Na discussão das narrativas autobiográficas, destacamos os recursos literários utilizados por Munro e examinamos, com especial ênfase, o papel dos paratextos dentro e fora do livro no que tange ao prefácio autoral que estabelece um pacto paradoxal com o leitor.

Palavras-chave: Autoficção. Alice Munro.  Vida Querida.  Paratexto.

 


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DOI: 10.5935/1679-5520.20180006


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