A VIAGEM, A MEMÓRIA E PROCESSOS DE ADAPTAÇÃO EM AS AVENTURAS DE PI: A SOBREVIVÊNCIA ATRAVÉS DO ATO DE NARRAR

Anelise R. Corseuil

Resumo


A adaptação homônima do romance de Yann Martel As aventuras de Pi (2002) por Ang Lee (2009), filme reconhecido pela crítica e pelo público, exemplifica a prática da adaptação ao estabelecer relações com diversos outros textos literários, fílmicos e contextos culturais. Este trabalho focaliza a releitura pós-colonialista das relações entre a Índia e a cultura europeia, mais especificamente a França, engendradas pelo filme e pelo romance. Igualmente importante é o número significativo de sistemas narrativos utilizados nos dois textos e as diferenças entre esses sistemas de produção de significados. Se o final do romance de Yann Martel sugere uma certa fragmentação narrativa, característica de nossa contemporaneidade e do texto pós-moderno, onde todos os níveis discursivos se equiparam, o filme oferece uma experiência mais orgânica e humanista do sentido de narrar.


Palavras-chave: Estudos de adaptação. As Aventuras de Pi. Pós-colonialismo.



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DOI: 10.5935/1679-5520.20160003


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