INTERIORIDADE, APARÊNCIA E SILÊNCIO EM MACBETH

Carlos Roberto Ludwig

Resumo


ste artigo discute algumas concepções de interioridade, exterioridade e silêncio em Macbeth de Shakespeare. Será analisada a questão da consciência à luz da obra de Stephen Collins (1989), ressaltando que a ordem política de controle social configurava-se como um mecanismo superegoico que definia o indivíduo e a interioridade. Em seguida, será feita uma análise de Macbeth a partir da noção de interioridade discutida por Maus (1995), demonstrando como os silêncios e os engodos das aparências surgem nas falas das personagens, nos não-ditos e silenciamentos da peça. Fica evidente que Duncan não percebe as dissimulações das expressões faciais, dos gestos e dos comportamentos. O texto shakespeariano está minado com ambiguidades linguísticas, recursos da linguagem poética e imagens que sugerem algo sinistro nas relações humanas e intenções subjetivas.

PALAVRAS-CHAVE: Interioridade. Aparência. Silêncios. Subjetivi-dade. Macbeth.

 


Referências


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DOI: 10.5935/1679-5520.20160027


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