THE BUDDHA IN THE ATTIC: RELAÇÕES (DE)COLONIAIS E A REPRESENTAÇÃO DA IDENTIDADE CULTURAL NIPO-BRASILEIRA NA TRADUÇÃO

Aline Yuri Kiminami, Liliam Cristina Marins

Resumo


Na contramão das discussões pós-modernas, que parecem já ter questões como alteridade e diversidade “bem resolvidas”, determinados grupos identitários, como os descendentes de japoneses, ainda lutam por visibilidade cultural, histórica e social. Para eles, a literatura, mesmo quando escrita na língua do Outro, pode funcionar não apenas como um meio de registrar suas memórias, mas de protestar e expurgar dores de um passado de silenciamento e opressão não superados. O objetivo deste artigo é analisar as relações (de)coloniais e a representação da identidade cultural na tradução de The Buddha in the attic, considerando as perspectivas ideológicas que se manifestam tanto na temática, quanto nas escolhas tradutórias, a partir de Esteves (2014), Gentzler (2009), Bauman (1999) e Hall (2003).

 

Palavras-chave: Literatura. Tradução. Identidades culturais.

 


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DOI: 10.5935/1679-5520.20200026


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