CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA E ROMANCE DE FORMAÇÃO EM AZUL CORVO, DE ADRIANA LISBOA

Helena Bonito Couto Pereira

Resumo


A narradora-protagonista do romance Azul corvo expõe sua transição, da infância em Copacabana, no Rio de Janeiro, à adolescência e início da vida adulta em Lakewood, no Colorado (EUA), mobilizando temas como a constituição da identidade e a migração. Tais temas associam-se à instabilidade e à desterritorialização que assolam as sociedades no mundo globalizado, constituindo uma das linhas de força da ficção contemporânea. A análise do componente espaço-temporal da narrativa levou-me à constatação de que, em paralelo a essa conjunção temática, Azul corvo se constrói como atualização paródica de um subgênero narrativo de longa tradição, o Bildungsroman, ou romance de formação. Discuto neste artigo a articulação entre tradição e contemporaneidade, reafirmando a originalidade e qualidade desse romance de Adriana Lisboa.


Referências


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DOI: 10.5935/1679-5520.20200003


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