IDENTIDADE E MEMÓRIA DO HORROR EM O PRISIONEIRO, DE ÉRICO VERÍSSIMO

Juracy Assmann Saraiva, Éderson de Oliveira Cabral

Resumo


O autoritarismo, a desigualdade, o preconceito, além de muitos outros conflitos habitam o mundo contemporâneo. Essas questões e o horror desencadeado por elas foram representadas no romance O prisioneiro, de Érico Veríssimo, lançado em 1967. Objetiva-se, neste artigo, analisar a historicidade dos eventos, isto é, a metaficcionalidade histórica presente na narrativa; os traços que configuram o narrador e sua articulação com a problemática da identidade e da memória. O aporte teórico para análise tem como base os trabalhos de Linda Hutcheon (1991), de Paul Ricouer (1997), de Fernando Catroga (2001) e de Kathryn Woodward (2012). Conclui-se que, por meio da narrativa,Veríssimo denuncia o horror da violência e mobiliza o leitor a posicionar-se diante dela.

Palavras-chave: O prisioneiro. Érico Verrísimo. Identidade. Memória.

 

DOI: 10.5935/1679-5520.20190007


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DOI: 10.5935/1679-5520.20190007


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