“ISSO NÃO SOU EU QUE DIGO, É B QUE PENSA”: O AUTOR EM CENA NO LIVRO PUTAS ASSASSINAS, DE ROBERTO BOLAÑO

Maria Iranilde Almeida Costa

Resumo


O artigo propõe-se a analisar o livro de contos Putas assassinas (2008), do escritor chileno Roberto Bolaño, destacando o modo como se comporta a escrita autoral que coloca em suspeição o lugar da escrita ao denunciar uma ficção enlaçada à própria história pessoal do autor. Nessa proposta, encaminha-se uma discussão para o encontro com o autor ficcionalizado nos contos, cujo viés autoficional é muito pronunciado e que, por essa razão, faz revelações da formação literária de um escritor, utilizando a própria literatura como tema, em um processo de autorreferenciação. O crítico literário, o adolescente talentoso e promissor, o jovem que se descobre e também se perde nos vários exílios sempre com o livro como companhia, o escritor que designa à escritura uma força vital, todos parecem convergir para o próprio Bolaño, um autor que, mesmo quando dissimula uma ausência textual, aponta para si e para suas experiências pessoais.

Palavras-chave:  Escrita de si. Autoficção. Performance. Putas assassinas.

 


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DOI: 10.5935/1679-5520.20180005


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