SEGREDOS ESCONDIDOS ÀS CLARAS: UMA LEITURA DE SANTIAGO E MIL ROSAS ROUBADAS

Jaqueline de Almeida Freitas, Maria Ângela de Araújo Resende

Resumo


Este artigo propõe um estudo comparativo do documentário Santiago, de João Moreira Salles, e do romance Mil rosas roubadas, de Silviano Santiago. Partiremos de estudos recentes em crítica biográfica para pensar a articulação entre o arquivo e a narrativa ficcional. Considerando a abordagem metafórica que as obras têm em relação à produção biográfica, pretendemos lê-las em duas direções: no que toca às fronteiras entre os gêneros biografia, autobiografia e autoficção; e no que têm a dizer em relação a memória, restos e sobrevivência.  Assim, o ato de narrar a vida é uma tarefa que ultrapassa o simples relato cronológico de informações.

Palavras-chave: Arquivo. Crítica biográfica. Narrativa ficcional. Memória. Sobrevivência.

 


Referências


BOURDIEU, P. A ilusão biográfica. In: FERREIRA, M. M.; AMADO, J. (orgs). Usos e abusos da história oral. Trad. Luiz Alberto Monjardim et al. Rio de Janeiro: Editora da FGV, 1998.

BRANDÃO, C.A. L. A traduzibilidade dos conceitos: entre o visível e o dizível. In: DOMINGUES, I. (org.). Conhecimento e transdisciplinaridade II. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005.

COMPAGNON, A. O demônio da teoria: literatura e senso comum. Trad. Cleonice Mourão, Consuelo Santiago. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999.

DIDI-HUBERMAN, G. Sobrevivência dos vaga-lumes. Trad. Vera Casa Nova, Márcia Arbex. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011.

HUTCHEON, L. Poética do pós-modernismo: história, teoria, ficção. Trad. Ricardo Cruz. Rio de Janeiro: Imago, 1991.

PROUST, M. No caminho de Swann: À sombra das moças em flor. Trad. Fernando Py. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002.

RICOEUR, P. Espaços da memória. In: A memória, a história, o esquecimento. Trad. Alain Françoise. Campinas: Editora da UNICAMP, 2007.

SALLES, J. M. Santiago. [filme-vídeo]. Produção Beto Bruno e Raquel Freire Zangrandi, direção de João Moreira Salles. Rio de janeiro: VideoFilmes, 2006. DVD, 79 min, P&B/color, son.

______. Santiago: uma entrevista com João Moreira Salles. Depoimento. [07 de abril, 2009]. São Paulo: Estadão. Entrevista concedida a Luiz Zanin.

SANTIAGO, S. Mil rosas roubadas. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.

______. Meditação sobre o ofício de criar. Revista Aletria. Belo Horizonte, n.18, jul/dez. 2008.

SANTIAGO, S. Em ‘Mil rosas roubadas’, o crítico e romancista Silviano Santiago relembra Ezequiel Neves. Depoimento. [22 de junho, 2014]. São Paulo: Estadão. Entrevista concedida a Antônio Gonçalves Filho.

SCHMIDT, R. T. Disputas e impasses no campo minado. Travessia. Santa Catarina: n.38, p.159-172, 1999.

SOUZA, E. M. de. A crítica biográfica. In: Janelas indiscretas: Ensaios de crítica biográfica. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011a.

______. Biografar é metaforizar o real. In: Janelas indiscretas: Ensaios de crítica biográfica. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011b.

______. Janelas indiscretas. In: Janelas indiscretas: Ensaios de crítica biográfica. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011c.

______. Marioswald pós-moderno. In: Janelas indiscretas: Ensaios de crítica biográfica. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011d.

TEIXEIRA, N. Santiago: reflexões sobre a brutalidade do material. O olho da história. Salvador: UFBA, n.12, jul. 2009.

DOI: 10.5935/1679-5520.20180015


Texto completo: PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Licença Creative Commons
Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution 3.0 .