QUANTAS MARIAS HÁ NA LÍRICA DE MARIA TERESA HORTA: UMA QUESTÃO DE PERFORMANCE

Natália Salomé Poubel, Vinícius Carvalho Pereira

Resumo


O artigo parte do pressuposto de que a leitura literária de poemas escritos por mulheres, assim autoidentificadas, pode ser realizada dentro do viés da crítica literária feminista. Nesse contexto, a voz que emana dos poemas de Maria Teresa Horta é a da eu lírica (POUBEL, 2020): uma entidade feminina que enuncia os poemas de mulheres dentro do continuum lésbico (RICH, 2010) e do continuum feminino. Como o conceito de uma eu lírica não prevê – tal qual na crítica literária de uma forma geral – uma voz enunciativa universal/neutra, os poemas de Maria Teresa Horta também não terão a voz de apenas uma “Maria”, de acordo com a presente análise das performances poéticas da autora à luz das teorias feministas e queer.

 

Palavras-chave: Literatura Portuguesa, eu lírica. Teoria Literária Feminista. Maria Teresa Horta.

Palavras-Chave: Literatura Portuguesa, eu lírica, Teoria Literária Feminista, Maria Teresa Horta.

Quantas Marias há na lírica de Maria Teresa Horta: uma questão de performance


Referências


AMARAL, A. L. Maria Teresa Horta: Escrevendo ao lado, ou de um centro sem centro. In.: FLORES, C. Ensaio sobre a obra de Maria Teresa Horta: O sentido primeiro das coisas. V.1. Natal: Jovens Escribas, 2015. p. 25-38.

BARTHES, R. Crítica e Verdade. Tradução de Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Perspectiva, 2007.

BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução de Renato Aguiar. 12ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016.

BEAUVOIR, S. O segundo sexo: fatos e mitos. Tradução de Sérgio Milliet. 3ª edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016.

EIRAS, P. Da novidade da Poesia 61 hoje: recensão a Jorge Fernandes da Silveira e Luis Maffei (orgs). Poesia 61 hoje. Abril – Revista do Núcleo de Estudos de Literatura Portuguesa e Africana da UFF, Vol. 5, nº10, abril de 2013, p. 191-195.

FLORES, C. (org.). O sentido das coisas. V1. Natal (RN): Jovens Escribas, 2015.

FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. Tradução de Luiz Felipe Baeta Neves, 7ª edição. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.

HARDING, S. A instabilidade das categorias analíticas na teoria feminista. In.: HOLLANDA, H. B. de. Pensamento Feminista: conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do tempo, 2019. p. 95-118.

HORTA, M. T. Poesia Reunida. Prefácio de Maria João Reynaud. Alfragide: Publicações Dom Quixote, 2009.

______. As palavras do corpo. Antologia de poesia erótica. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2012.

KRISTEVA, J. Revolution in Poetic Language. New York: Columbia University Press, 1984.

POUBEL, N. S. Performatividade de gênero: a eu lírica na poesia escrita por mulheres. Tese (doutorado). Universidade Federal de Mato Grosso. Instituto de Linguagens, Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem. Cuiabá, 2020.

RICH, A. Compulsory Heterossexuality and Lesbian Existence. Signs, v. 5, no. 4, Women: Sex and Sexuality. Summer, 1980. p. 631 – 660.

RICH, A. Heterossexualidade compulsória e existência lésbica. Revista Bagoas. N. 05. 2010. p. 17-44.

SARAIVA, A. J. Iniciação à literatura portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

DOI: 10.5935/1679-5520.20200010


Texto completo: PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Licença Creative Commons
Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution 3.0 .