EU SEI POR QUE O PÁSSARO CANTA NA GAIOLA: UMA APROXIMAÇÃO COM A TRADIÇÃO DO BILDUNGSROMAN

Franciele Aparecida Nogozeky

Resumo


Grupos minoritários, como o afro-americano, têm encontrado na autobiografia um local de fala, resistência e construção de identidade: o relato individual torna-se registro de uma memória coletiva. Nesse contexto, destaca-se Maya Angelou, que alcançou notoriedade com o primeiro de sete livros autobiográficos, Eu sei por que o pássaro canta na gaiola. A narrativa abrange a infância e a adolescência de Angelou e, em muitos aspectos, aproxima-se da tradição do Bildungsroman, ou romance de formação, subgênero literário que tem como tema o processo de formação do protagonista, e, ao mesmo tempo, configura-se como retrato de um contexto histórico-social. Este artigo tem por objetivo identificar similaridades e contrastes entre a narrativa de Angelou e a forma do Bildungsroman.

 

DOI: 10.5935/1984-6614.20190032


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